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Panorama global do machismo e feminismo

Uma perspectiva sobre o panorama do machismo e do feminismo ao redor do mundo


Um assunto extremamente relevante, desde o início das lutas feministas e que, permanece sendo importante até hoje é a assimetria social que existe no tratamento de forma diferenciada entre homens e mulheres, nos diferentes países. É importante ressaltarmos que ainda não existe um país que garanta equidade entre os gêneros, porém felizmente muitos países, cada vez mais, buscam mudanças.

A empresa Ipsos, terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo, realizou um estudo em janeiro de 2017, que contou com a participação de 17.551 adultos de 24 países. Os resultados divulgados são relevantes e mostram a importância da discussão sobre esse tema. Olhando para uma perspectiva nacional, o resultado apontou que 19% dos entrevistados brasileiros acreditam que os homens são mais capazes do que as mulheres. O Brasil aparece na 14ª posição. A China, com 56%, lidera o ranking.


Aqui estão os resultados de alguns outros países, para podermos melhor avaliar a crenças dos adultos, ainda em termos de capacidade, em outros países do mundo.


  • China: 56%

  • Rússia: 54%

  • India: 48%

  • Coreia do Sul: 33%

  • Estados Unidos: 22%

  • Alemanha: 20%

  • Brasil : 19%

  • Grã-Bretanha: 16%

  • Suécia: 12%

  • Canadá: 11%

  • Espanha: 9%


Além de tentar medir a crença dos adultos em termos de capacidade entre os homens e as mulheres, a Ipsos Global Advisor também abordou outros aspectos sobre desigualdade de gênero. Um outro dado divulgado aponta que , 41% das mulheres brasileiras sentem medo de defender seus direitos por temer o que possa acontecer com elas. Sobre esse aspecto, o Brasil ocupou o terceiro lugar do ranking, com uma percentagem bastante superior à média global, que foi de 26%.


Uma terceira pergunta feita para essa amostra completa de homens e mulheres, com o objetivo de melhor compreender e interpretar a pesquisa sobre o feminismo, foi para entender se as mulheres eram inferiores aos homens, na visão de cada um. A média mundial apontou 18% de respostas positivas, enquanto que o resultado do Brasil foi 16%. A partir disso observa-se que os resultados do Brasil são bastante próximos da média mundial. Mas Rússia e Índia divergem de maneira significativa do número global, ficando empatados no topo da lista, com 46%!


A partir de tudo isso, podemos confirmar aquilo que de certa forma já sabíamos: existe ainda muita luta das mulheres daqui para frente. No entanto vamos agora trazer também uma abordagem diferente, que garante uma melhor compreensão sobre o assunto da semana. Aqui estão outras informações que mostram quais são os melhores países para uma mulher viver.






* Dados atualizados em 2019 da Exame: revista brasileira especializada em economia, negócios, e política


Como o gráfico mostra, a Islândia ocupa o primeiro lugar da classificação mas porque ela ocupa o primeiro lugar? Como foi essa conquista?


Bom, tudo começou de maneira significativa nos protestos de 1975, dada a grande insatisfação feminina em torno das igualdades de gênero no país. Por não serem pagas o suficiente por seu trabalho, dentro e fora do lar, além da sua pouca representação política, nesse ano, 90% da população feminina da Islândia saiu às ruas para clamar seus direitos.


“Essa solidariedade foi absolutamente fundamental para criar uma tradição no país de todas as mulheres se unirem,

Ómarsdóttir, diretora gerente da Associação de Direitos das Mulheres Islandesas.

Depois desse grande acontecimento histórico para as mulheres do país, a Islândia assistiu a ondas de novas transformação. Em 1976 foi firmada a Lei de 0-gualdade de Gênero, e após a eleição de Finnbogadóttir como presidente foi lançada a Aliança de Mulheres com o objetivo de levar mais mulheres a participar da política. Durante esse governo, a Islândia viu pela primeira vez uma mulher ocupar o cargo de primeira ministra, quando Jóhanna Sigurðardóttir se tornou a primeira chefe de governo da Islândia, declarada homossexual desde o fim da antiguidade.

Toda essa história se tornou reflexo do porque as mulheres se sentem mais seguras nesse país, e a resposta é porque hoje a Islândia possui uma das maiores representações políticas femininas do mundo. Em 2016 quase 48% dos deputados eleitos do Parlamento islandês eram mulheres, ou seja quase pela primeira vez, o número entre mulheres e homens no parlamento quase foi o mesmo.


Por esse motivo elas se tornaram mais um motivo que explica a segurança das mulheres. As principais são duas:


01) País implementou cotas de gênero compulsórias nos conselhos de direção de empresas. Essa lei afirma que: “Pelo menos 40% dos membros dos conselhos precisam obrigatoriamente ser mulheres” E por consequência, diferente de muito outros países, hoje as mulheres constituem 43% dos conselhos das maiores empresas de capital aberto do país (a cifra equivalente nos Estados Unidos é 21,7%).”


02) Lei referencial de paridade salarial que entrou em vigor em 2018, tornando a Islândia o único país do mundo com uma política eficiente de punição às empresas que não remuneram de forma igualitária ambos os gêneros. O governo obriga as empresas a comprovar que não pagam menos às mulheres que aos homens. Além disso, a legislação islandesa obriga as empresas a provar que não discriminam as mulheres. As firmas com mais de 25 funcionários que não forem aprovadas na auditoria serão multadas e podem ser humilhadas publicamente.


Escrito por: Juliana Siqueira

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